domingo, 20 de novembro de 2011

PORQUE SILENT HILL – O FILME É A SEGUNDA MELHOR ADAPTAÇÃO DE UM GAME PRA CINEMA?


Evitemos iniciar a elucidação dessa questão com os tão famosos, e excessivamente citados e re-citados, casos de adaptações fracassadas com Street Fighter, suas continuações e outras tantas.
Quando fui assistir a adaptação de Silent Hill, não dava nada, mas tomei na cara. A começar analisando o filme com olhar cinematográfico, tem uma boa trama, uma ascensão dos eventos apresentada de forma suave (coisa rara em filmes de suspense/terror de hoje em dia, deixando os poucos que seguem essa linha, maçantes e sonolentos) e atuações convincentes. Não to dizendo que merece um Oscar, só que deve ser considerado, pois é um bom filme. Já, avaliando com olhos lacrimosos de fã, o filme é maravilhoso. Quem chorou junto com Nemesis (Resident Evil 2 Apocalipse) no cinema, podia ir despreocupado que nessa adaptação não havia motivos pra chorar. A mitologia da cidade é respeitada, a protagonista ficava confusa e com medo ao ver uma criatura, em algumas vezes ficava em pânico, olha só! E não saiu cacetando ninguém em nenhum momento do filme.
Isso já ta de bom tamanho, mas há algumas diferenças que podem incomodar alguns. Por exemplo, no jogo o protagonista era Harry Mason, um homem, não uma mulher, há também o estranho fato de o sobrenome da família Mason ser trocado por “Da Silva” (eu e provavelmente você conhecemos umas 15 pessoas que ficaram felizes com essa troca rsrsrs...), além de uma questão já abordada há algum tempo pelos fãs da série de jogos, a questão dos monstros usados no filme.
Eu tive a sorte de assistir o filme em DVD, sorte digo, por que assim que ele acabou fui ver os extras, diferente do espectador que saiu confuso do cinema, sem saber se gostou ou não, digo isso porque eu também terminei de assistir com essa sensação, lógico, como mencionado antes, como filme ele é bom, mas e como adaptação? O xeque mate veio no extra do DVD em que o roteirista e diretor (Christophe Gans) afirma que até tentou deixar o mais fiel possível, mas os japoneses foram enérgicos e deram pra ele apenas os direitos de uso das imagens de alguns monstros, vetando a utilização da história em sua completude. Ou seja, o cara teve que se virar, e não fez feio. Eu gostei muito dessa transparência, devemos valorizar isso, pois ao compartilhar certos segredos da produção um cara como esse está te dando a oportunidade de ser cúmplice da sua obra. Muito bom.
Ah.. mas ainda tem a questão da lógica na aparição das criaturas.
Outro dia eu estava ouvindo um rapaduracast (um dos melhores programas de podcast do Brasil, direcionado ao universo do cinema e seus derivados) não vou lembrar o número da edição, mas a leitura de emails era referente a um programa anterior sobre adaptações de jogos. Nessa leitura lembro do email de um rapaz que afirmava, de forma bem eloquente, que os monstros no filme Silent Hill estão apresentados de forma incoerente com as regras do universo dos games, onde os monstros são exclusivamente baseados nos medos e traumas do protagonista do game... PEEN!
Discordo. Verdade que boa parte dos monstros de cada game são manifestações mentais do protagonista, veja bem, boa parte. Até porque as enfermeiras, marca registrada em TODOS os jogos da série, não poderiam ser manifestações da mente de todo mundo que já teve o azar de passar pela cidade da névoa constante. As enfermeiras são dês de o 1º Silnet Hill, manifestações de medos da garotinha queimada, Alessa. Ou seja, o filme não subverte regras do universo dos games, pois elas já são subvertidas lá.
Em suma é isso, fiz minha defesa dessa adaptação, que apesar de não ser algo que se diga,”minha nossa que grandiosa adaptação”, mas teve envolvidos que dentro dos limites que tinham respeitaram a cima de tudo você fã da série.
Hoje em dia, todo mundo fala mal de tudo, difícil alguém comentar quando algo saiu certo, mesmo que não seja 100% mas esteja no caminho, dê uma força que logo chega lá. Se nós ficarmos só falando mal, e apontando o erro de tudo, sem observar os acertos dificilmente alguém vai acertar.
Mas qual a 1ª melhor adaptação de um game pra cinema?
Cara não tem nem o que discordar, Mortal Kombat O Filme. O universo do jogo é aquilo ali, velho, igual! E ainda assim desagradou muita gente...
“Ah nha! nha! Mas os Fatalitys? Os brutalitys? Os Curralitys?!” Cara, aquilo ali não é valido no universo do jogo, é só pra você se divertir vendo sangue e vísceras. Em cada continuação dos MK os personagens todos tão lá, no universo do jogo ninguém sofre Fatality não maluco!!!

2 comentários:

  1. Post de muito bom gosto, e realmente é a 1ª melhor
    adaptação.

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  2. Cara, excelente essa elucidação dessa grandiosa e desafiante adaptação e, sobretudo, no que refere-se a subversão nos medos dos personangens. agora sim.....muitas coisa do filme passou a fazer sentido para min. excelente !

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